sábado, 4 de abril de 2015

Resgatada rara imagem de 1909 dos fundadores do Inter


Datada de Abril de 1909, a imagem acima foi descoberta em março de 2015 pelo consulado do Inter no Rio de Janeiro, com apoio do Museu do Inter e de conselheiros do Clube. A foto mostra os jovens fundadores do Sport Club Internacional posando no campo da Redenção, em Porto Alegre. Estão inscritos na foto os nomes de Valdemar Fachel, Antenor Lemos, Luiz Madeira Poppe, Helderberto Mendonça, Adroaldo Fachel, Bejamim Vignoles, Rodolfo Vignoles, Horácio Carvalho, Joaquim Carvalho, José Poppe, Henrique Poppe Leão e João Leopoldo Seferin (presidente).

Cem anos de vitórias no clássico Gre-Nal
Autor: Prof. Raul Pons
Quatro de abril de 1909. Há exatos 106 anos, um grupo de cerca de 40 pessoas se reunia na avenida Redenção, nº 141 (atualmente avenida João Pessoa, nº 1041), para fundar um novo clube de futebol, que somente receberia nome uma semana depois: Sport Club Internacional.
O novo clube já nasceu sob o signo da democracia. Reunia entre seus fundadores os carnavalescos rivais do Venezianos e do Esmeralda, atletas brasileiros e estrangeiros e sócios republicanos como Henrique Poppe e federalistas como Antenor Lemos (o que, na radicalizada política riograndense da época, era algo ousado).
O Internacional diferenciava-se também dos outros clubes já estabelecidos na cidade e no estado pela média de idade de seus primeiros atletas. Os primeiros ídolos colorados eram jovens de 19 anos (Carlos Kluwe e Simão), 18 anos (Paixão) e 17 anos (Ygartua, Luiz Poppe, Ary, Bendionda) quando começaram a destacar-se no time principal. Vários atletas colorados freqüentavam os bancos escolares em faculdades e ginásios da capital, enquanto jogavam. Eram alunos da Faculdade de Medicina (Médici, Kluwe, Ygartua e Argemiro Dornelles), de Engenharia (Padilha e Vinholes), Direito (Cazuza), do Ginásio Rio Grande (Thomaz Ávila, Felizardo Ávila e Simão) e Ginásio Anchieta (Túlio). Uma excursão do clube ao interior do estado, em 1914, teve que ser adiada, pois batia com o período de provas dos atletas. Essa diferença de idade e a falta de experiência pesou nos primeiros confrontos com o maior rival, mas não abalou a convicção no futuro glorioso do clube.
O elemento que transformaria aquele clube de jovens estudantes e comerciários em uma potência do futebol logo se faria presente: a torcida. O Internacional, no dizer do escritos Vianna Moog, era “o preferido das multidões, querido desde o Arraial da Baronesa até aos confins do Partenon, da Glória e de Teresópolis, amado pela burguesia progressista do Caminho Novo e também pelos operários de São João e Navegantes. Isto para não falar da estudantada do Centro e da Cidade Baixa”. Desde seus primeiros momentos o Internacional demonstrou possuir uma torcida diferenciada das já existentes. Em 1911 a imprensa da capital já chamava a atenção para uma torcida ativa, participante, que não correspondia ao modelo “bem-comportado” das demais torcidas. Os colorados das arquibancadas não se limitavam a assistir o jogo e aplaudir boas jogadas de qualquer equipe. Vaiavam os adversários e empurravam sua equipe em busca de gols. O comportamento era tão inusitado para a época que após um amistoso entre os 2ºs quadros das duas equipes, a direção do Pelotas lançou uma nota dizendo que nunca mais jogaria contra o Internacional.
Esse perfil diferenciado da torcida colorada, mais vibrante e participativo, vinha de seu caráter mais popular. Em seus primeiros anos de vida o clube jogou na Redenção, exatamente entre os dois grandes bairros populares da capital gaúcha, na época: o Areal da Baronesa e a Colônia Africana. A proximidade geográfica do clube e a inexistência de barreiras impostas pela entidade aos torcedores mais humildes logo criou uma forte paixão que a essência do Clube do Povo!
Após os primeiros tropeços contra o maior rival, a situação começaria a mudar no 2º turno do campeonato citadino de 1912. O Colorado foi derrotado por 2x1, mas abriu o placar do jogo, estando na frente, no placar, pela 1ª vez na história do clássico. No clássico seguinte, pelo campeonato de 1913, o placar se repetiu, assinalando que novos tempos estavam por chegar.
O rival abandonou a liga municipal durante a temporada de 1913, não ocorrendo o clássico do 2º turno e nenhum confronto entre as duas equipes pelos campeonatos de 1914 e 1915. Mas ainda em 1915 o futebol da capital foi pacificado, as duas ligas se fundiram em uma nova entidade e um clássico Gre-Nal amistoso foi marcado para comemorar o entendimento entre os clubes. A partida foi realizada dia 30 de Outubro na Baixada, campo do rival. Mesmo assim o Internacional não tomou conhecimento e venceu o adversário por 4x1. A torcida colorada novamente foi empolgante. O jornal “A Federação” assim descreveu o apoio da torcida ao time, nessa partida: “E essas aclamações não findaram no intervallo, nem no segundo half-time; continuaram sempre e cada vez mais calorosas”. O Colorado venceu seu 1º clássico. Como diria Antenor Lemos, estava quebrado o lacre!

fonte: Sport Club Internacional

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